Leany Lemos participa de painel sobre a recuperação da economia verde

Leany Lemos participa de painel sobre a recuperação da economia verde

O papel dos bancos de fomento em direcionar investimentos cada vez mais sintonizados com a agenda climática, além do aporte financeiro, precisa considerar a necessidade de maior apoio técnico às políticas públicas. “Existe uma grande demanda por recursos por parte do setor privado, mas é preciso que os bancos de desenvolvimento sejam operadores financeiros e também de assistência técnica para o setor público para termos melhores impactos nos indicadores sociais e de sustentabilidade”, destacou a diretora-presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Leany Lemos, durante a 15ª edição dos Diálogos Futuro Sustentável.

Promovido pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS) e Embaixada da Alemanha, o painel online contou com as participações do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, e da diretora para América Latina e Caribe do banco de desenvolvimento alemão KfW, Claudia Arce. Na sua explanação, Leany Lemos destacou o quanto o BRDE está passando por uma mudança do perfil de suas fontes de recursos, incluindo parceiros internacionais, o que permitiu também que o banco direcionasse sua carteira para projetos vinculados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

“Nos últimos cinco anos, esse papel do BRDE tornou-se muito relevante. Vamos continuar nessa diretriz, na retomada da economia que, sem dúvida, será verde”, acentuou ela. A presidente destacou os resultados obtidos com o Programa BRDE PCS – Produção e Consumo Sustentáveis, que atualmente é o mais demandado no banco. A carteira já soma mais de R$ 2,3 bilhões em operações. “É o nosso carro-chefe e representará, apenas neste ano, algo superior a R$ 480 milhões, em torno 17% do volume de operações”, informou.

Os principais projetos financiados são na área de geração de energia limpa e eficiência energética, tratamento de resíduos e agropecuária sustentável. “Somos hoje o segundo polo nacional em termos de parques eólicos”, exemplificou a presidente. Com a diversificação do funding, Leany Lemos quer ampliar a parceria com os municípios (hoje responde por menos de 3% da carteira), em especial em projetos nas áreas de infraestrutura e saneamento. “A região Sul reúne bons indicadores, mas existe espaço para melhorar no ranking de competitividade em infraestrutura”, pontuou.

Agendas

Para o presidente do BNDES, a agenda econômica está cada vez mais aliada às pautas sociais e ambientais. “É grande o valor disso na economia: focar também nos impactos não-financeiros”, frisou Montezano. Ele ressaltou a preocupação em oferecer assistência técnica na execução das operações para assegurar melhores resultados.

Para a diretora do KfW, a recuperação da economia no período pós-Covid vai exigir das instituições de fomento uma atenção especial para os aspectos climáticos. “As metas de descarbonização massiva nas atividades econômicas está presente. Na comunidade europeia, isso incluía, por exemplo, toda a cadeia de fornecedores”, salientou Claudia Arce. O KfW financia projetos no Brasil em energias renováveis, eficiência energética e na conservação da Amazônia.

O evento teve, em sua abertura, a presença da diretora-executiva da iCS, Ana Toni. O Instituto é uma organização que tem como objetivo promover prosperidade, justiça e desenvolvimento de baixo carbono no Brasil, e atua como ponte entre financiadores internacionais e nacionais e parceiros locais.

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