Capacidade empreendedora e resiliência são fatores decisivos para investir em startups

Capacidade empreendedora e resiliência são fatores decisivos para investir em startups

Para atrair investimentos de capital aos seus projetos, as startups precisam demonstrar capacidade empreendedora e contar com um time qualificado e resiliente. Esses são alguns dos fatores apontados no painel que abordou as ofertas de financiamento e oportunidades de investimento em inovação, ocorrido na manhã desta quarta-feira (dia 20/3), primeiro dia da programação do South Summit 2024. O evento global de empreendedorismo que está acontecendo em Porto Alegre tem o governo do Rio Grande do Sul como correalizador.

O debate teve a coordenação do diretor de Planejamento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Leonardo Busatto, que salientou a importância de fundos internacionais ampliarem sua participação no fomento à inovação no país. “Estamos lançando um desafio no banco de criarmos um fundo específico para a região Sul e seria um diferencial termos a presença internacional”, destacou Busatto.

Para o CEO da KPTL, Renato Marques Ramalho, o segredo está na busca pelo diferencial competitivo das startups na hora de atrair as atenções dos investidores. “Inovação é mais do que tecnologia. É preciso olhar mais para eficiência do que para a forma”, recomendou, apontando o setor público como de grande potencial para novos iniciativas inovadoras. Ele avalia que, além dos desafios para atrair o interesse dos fundos internacionais por razões regionais, o patamar da taxa Selic ainda segue limitando o acesso ao crédito.

Fundador e CEO da Ventuir, uma das primeiras a atuar na aceleração de startups no Sul do país, Sandro Cortezia igualmente apontou a capacidade de empreender como fator relevante para viabilizar o aporte de recursos em determinado projeto. ”A competência do time, o grau de resiliência são pontos que ajudam a gerir o risco”, frisou. Cortezia não concorda com a ideia que “a bolha estourou”, referindo às avalições que indicam para saturação do mercado de startups. “Não se trata de modismo. O mundo continua precisando de soluções inovadoras, o que houve foi uma reacomodação das avaliações no mercado”, destacou o painelista.

Parceria

Com longa atuação em fundos de investimentos de startups, o BNDES acumula mais de R$ 8 bilhões de investimentos no setor. Conforme a gerente do Departamento de Investimentos em Fundos de Renda Variável do BNDES, Carla Isabel Ramos Oldehus, a instituição atua através da seleção de gestores e é reconhecida nos país por “ser extremamente criteriosa”. Carla Olsdehus salientou, também, que a cada ano são definidos temas conforme a estratégia do banco. “Agora a atenção maior é com a transição energética e a questão climática”, observou.

Antes de encerrar os debates, Busatto mencionou a parceria histórica com o BNDES nos programas de financiamento em diferentes setores da economia do Sul do país.  Fez uma referência ao Criatec IV, que dispõe de R$ 300 milhões para investimentos em empresas emergentes com perfil inovador. Iniciativa do BNDES, o fundo de capital tem a participação do BRDE, sendo destinado a empresas com faturamento de até R$ 16 milhões.

Fotos: Carolina Greiwe / BRDE

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