BRDE busca ampliar parcerias internacionais e avança por recursos para enfrentar crises climáticas

BRDE busca ampliar parcerias internacionais e avança por recursos para enfrentar crises climáticas

Focado em ampliar o volume de operações com fontes internacionais, iniciar novas parcerias e viabilizar linhas de crédito para enfrentar os efeitos das crises climáticas, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) participou de uma rodada de encontros bilaterais com as principais instituições globais de fomento. Além de reuniões com organismos com os quais o banco já vem atuando, na agenda de dois dias concluída nesta quinta-feira (28/9), em Brasília, o BRDE estabeleceu as primeiras tratativas para futuras operações junto ao KfW, banco de desenvolvimento da Alemanha, e à Agência Internacional de Cooperação do Japão (JICA).

“Na medida que avançarmos no processo de diversificação das fontes, significará maior capacidade do BRDE em apoiar o desenvolvimento da região Sul, fortalecendo em especial a nossa pauta alinhada à sustentabilidade”, frisou o diretor-presidente do banco, João Paulo Kleinübing. Do total das operações realizadas do primeiro semestre deste ano, os fundings internacionais já responderam por mais de 23% do total. Atualmente, a partir das captações já realizadas com os bancos estrangeiros, o BRDE dispõe de R$ 2 bilhões para novos investimentos na região Sul.

 

Com a participação do diretor de Planejamento do BRDE, Leonardo Busatto, a agenda de encontros bilaterais iniciou ainda na manhã de quarta-feira (27/9). O primeiro compromisso foi com o novo diretor regional no Brasil da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), Dominique Hautbergue. A reunião abordou a possibilidade de nova operação entre as duas instituições, que seria a quarta da parceria iniciada em 2018. Desde então, a cooperação entre BRDE e AFD já acumula 220 milhões de euros em novos investimentos na região Sul do país, em especial para projetos de geração de energia com fontes renováveis e modernização dos sistemas de iluminação pública nas cidades.

A busca por uma primeira parceria com o KfW abordou a possibilidade de linhas de financiamento para o setor público, incluindo obras de saneamento, dragagem, mobilidade urbana nos municípios. Na reunião com a comitiva, a diretora do KfW, Saskia Berling apontou ainda possibilidades de apoio a projetos eficiência energética e gestão de resíduos sólidos.
A possibilidade de um novo parceiro internacional motivou também a reunião, nesta quinta-feira (28/9) com a agência de cooperação do Japão. Na rodada com o representante sênior da JICA no Brasil, Aoki Issei, a comitiva tratou de possíveis acordos de cooperação técnica e financeira e com fundos para o enfrentamento de desastres naturais.

Municípios atingidos
Além de encaminhar novas operações para projetos de desenvolvimento, uma das prioridades do BRDE está em apoiar a retomada da economia e o restabelecimento dos serviços nos municípios do Rio Grande do Sul afetados pelo desastre natural do início do mês, em especial nas regiões do Vale do Taquari e da Serra. Neste sentido, houve uma audiência com a subsecretária de Relações Financeiras Intergovernamentais do Tesouro Nacional (STN), Suzana Teixeira Braga, com o objetivo de estabelecer um limite adicional para contratações com as prefeituras em casos de desastres naturais.

“Trata-se de uma situação excepcional e emergencial. Além dos mecanismos de apoio às empresas e na manutenção dos empregos, os municípios precisam reconstruir sua infraestrutura impactada pela enchente”, salientou Busatto. Determinado pelo Conselho Monetário Nacional, o limite de contratações pelo setor público já está esgotado neste ano. A reunião na STN incluiu também o pedido para simplificar o processo de aprovação das operações com os bancos internacionais quando é exigido o aval da União.

A agenda incluiu também encontros no Escritório da União Europeia, onde a equipe do BRDE foi recebida pelo chefe de delegação-adjunto, ministro Jean-Pierre Bou. A mesma reunião contou com a participação do chefe de representação do Banco Europeu de Investimentos (BEI), Marco Diogo, oportunidade que foram iniciadas as tratativas para uma segunda parceria. O segundo dia da rodada contou ainda com encontros com outros dois parceiros do BRDE: Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), onde esteve presente a representante no Brasil Estefania Laterza, e com o chefe do Escritório do Banco Mundial, Johanes Zutt.

Através do programa Sul Resiliente, em parceria com o Banco Mundial, o BRDE dispõe de cerca de R$ 500 milhões para projetos de qualificação da infraestrutura dos municípios para atenuar impactos de desastres naturais e riscos relacionados ao clima, como inundações e deslizamento. O recursos permite também a elaboração de projetos executivos, como mapeamento de risco e planos de contingência, treinamento de servidores municipais ou aquisição de sistemas e equipamentos para monitoramento de risco.

Também participaram das agendas o superintendente de Planejamento e Sustentabilidade do BRDE, André Chemale; o chefe do Departamento de Novos Negócios do banco, Fernando Laurent, e os analistas Luciane Lang e Luís Isotton, assim como o assessor da Diretoria de Planejamento, Fernando Dutra.

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