Liderados pelo ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, estudos fornecem base técnica para políticas públicas e ações de sustentabilidade nos municípios.
Os municípios de São Sepé e Santiago dão mais um passo em direção à descarbonização e à construção de políticas climáticas baseadas em evidências. Nesta terça-feira (dia 3/09), durante a Expointer 2025, ocorreu o lançamento do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (IEGEE) das duas cidades das Missões. Reflexo da característica comum em termos de atividade econômica, a atividade agropecuária é responsável, respectivamente, por 72,3% e 60,3% das emissões.
São Sepé e Santiago são as duas primeiras cidades gaúchas fora da região metropolitana de Porto Alegre com um estudo sobre as emissões, incluindo um histórico entre 2018 e 2023. A apresentação oficial dos inventários contou com a presença da secretária estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, que avalia como fundamental a mobilização dos municípios para trabalhar a agenda climática em âmbito local. “É importante para as políticas do Estado que se avance na participação dos municípios. A mobilização geralmente é global, porém os efeitos climáticos são locais”, destacou. Agora são cinco municípios gaúchos com o inventário.
O trabalho foi desenvolvido pelo ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, organização que apoia cidades e estados na agenda de ação climática por meio de metodologias reconhecidas internacionalmente. O levantamento segue protocolos internacionais, garantindo transparência e comparabilidade dos dados. A partir desses resultados, os municípios poderão planejar ações de mitigação, identificar oportunidades para transição energética, mobilidade sustentável e gestão de resíduos, além de acessar recursos e financiamentos para projetos de baixo carbono.
Durante a apresentação, o diretor de Planejamento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Leonardo Busatto, lembrou da importância de instituições públicas auxiliarem no financiamento de projetos para ampliar a resiliência climáticas nas cidades. “Precisamos atuar onde os bancos comerciais não entram. Por isso, antes mesmo dos eventos climáticos que afetaram o Rio Grande do Sul nos últimos anos, o banco já atuava forte com esse olhar do desenvolvimento econômico, mas aliado aos aspectos sociais e ambientais”, frisou Busatto.
Parcerias
O diretor mencionou a criação do Fundo Verde, que destina recursos do banco a fundo perdido em apoio a projetos com foco na transição climática e em projetos de resiliência urbana. Citou as parcerias com o Fundação Boticário, que apoia iniciativas com base em soluções da natureza, e com o RegeneraRS, plataforma que vem atuando na reconstrução do RS após as enchentes do ano passado.
O lançamento contou, também com a presença dos prefeitos de São Sepé, Marcelo Ellwanger, e de Santiago, Marcelo Pirú,; o presidente do Badesul-Agência de Desenvolvimento, Claudio Gastal, além de Rodrigo Corradi, diretor do ICLEI Brasil e . O município de Santiago já conquistou premiações pela criação do Pila Verde e o Pila Azul, moedas sociais que mantém paridade com real e servem para trocar por resíduos domésticos e recicláveis, respectivamente. O Pila é aceito nas feiras locais e pode ser usado até mesmo no estacionamento pago.
BRDE e ICLEI atuam em parceria iniciativas voltadas ao desenvolvimento sustentável, destaca a importância da integração entre planejamento urbano, financiamento e inovação climática. O IEGEE é uma ferramenta para identificar as principais fontes de emissões no território, subsidiando políticas públicas e estratégias de mitigação alinhadas aos compromissos globais, como o Acordo de Paris.
Fotos: Diego da Rosa/BRDE
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