
Debate reforça ganhos econômicos e ambientais com ampliação de área com segunda safra.
Diante de um mercado promissor na produção de biocombustíveis e ainda com uma área de cultivo ociosa, as culturas de inverno representam uma oportunidade de ganhos econômicos e um caminho para tornar a cadeia do agronegócio ainda mais sustentável. Estes impactos de uma segunda safra mais presente na produção de grãos no Rio Grande do Sul ficaram evidenciadas durante o Campo em Debate, painel promovido pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) na Casa RBS da Expointer 2025, nesta segunda-feira (dia 1/09).
“Enquanto a safra de verão representa sete milhões de hectares, a cultura de inverno está presente em apenas 1,5 milhão de hectare. É uma ociosidade muito grande, ainda mais considerando todo o peso que o agro tem na economia”, frisou o diretor-presidente do BRDE, Ranolfo Vieira Júnior. Como governador do Estado, Ranolfo foi o responsável por implantar o programa da segunda safra no RS em 2022, quando a área ocupada no inverno representava apenas 9% na comparação aos meses de verão.
“Hoje essa relação está em 25% e quando chegarmos a 45%, representa R$ 37 bilhões a mais na economia do estado”, apontou o chefe-geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemanski. Além dos ganhos financeiros, Lemanski salientou o quanto as culturas de inverno contribuem com o meio ambiente em termos de fixação do carbono e na preparação do solo: “a melhor safra de verão é colhida em área cultiva no inverno”, sintetizou.
Investimentos
Dois dos principais investimentos na produção de biodiesel e etanol no RS marcaram presença no painel. Presidente da Be8, o empresário Erasmo Battistella destacou que o projeto em implantação no município de Passo Fundo irá atender a uma gama ampla a partir da produção de cereais de inverno. Depois de 20 anos operando com biodiesel, Battistella relata que o novo investimento é focado na produção de etanol, em especial a partir de triticale. “O mercado é complexo, mas essa nova demanda vamos produzir energia de forma sustentável”, disse.
Ao se referir à usina Soli3, que está em obras no município de Cruz Alta, o presidente da Cotrijal, Nei Mânica, reforçou que o mercado para o cultivo de inverno será promissor no RS a partir da produção de biocombustíveis, mas observou que as culturas da segunda safra ainda enfrentam muitos desafios “Temos segredos a superar: as questões de mercado, do clima e em especial da pesquisa”, afirmou Mânica. A nova indústria de processamento de soja e produção de biodiesel reúne a Cotrijal, de Não-Me-Toque, Cotripal, de Panambi, e Cotrisal, de Sarandi, anunciaram oficialmente a construção de m Cruz Alta/RS.
O painel teve ainda a participação do presidente da Ocesc, Vanir Zanatta. Com a moderação da jornalista Giane Guerra, o debate pode ser conferido no Youtube de GZH.
Fotos: Diego da Rosa/BRDE
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