
Agência de risco internacional reforça papel estratégico do banco no desenvolvimento do Sul do Brasil.
Ao concluir nova avaliação de risco do Banco de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) nas operações de longo prazo em moeda estrangeira, a Fitch Ratings emitiu classificação BB, com perspectiva Estável, acompanhando a igual consideração do Brasil em escala global (mesmo rating soberano). No comunicado que acaba de distribuir ao mercado, a agência classifica o risco do banco em escala local de longo prazo em AAA (Bra), também em nível de estabilidade.
No seu relatório, a Fitch destaca que o BRDE segue desempenhando “um papel central no desenvolvimento regional” ao destinar recursos para apoiar pequenas e médias empresas, cooperativas, prefeituras e setores estratégicos como a agricultura, infraestrutura, inovação, resiliência climática e energia com fontes renováveis. Ao mencionar que em 2024 o banco alcançou um recorde de quase R$ 6 bilhões em novos financiamentos, o parecer salienta a capacidade da instituição de manter esses níveis de desembolso mesmo diante de um cenário que a agência denomina de “eventos econômicos adversos”.
Para o diretor-presidente do BRDE, Ranolfo Vieira Júnior, a nova classificação de risco emitida pela Fitch demonstra o acerto das ações gerenciais do banco, mas acima de tudo reforça a atuação estratégica na política de crédito. “De um lado estamos trabalhando intensamente para diversificar as nossas fontes de recursos, e de outro, oferecendo crédito sob medida para quem produz com sustentabilidade e gera empregos”, salientou Ranolfo. O presidente destacou, também, que a classificação de risco em operações de longo prazo em moeda estrangeira coloca o BRDE no mesmo rating de outras importantes instituições financeiras, como Banco do Brasil, BNDES e Banrisul, todas em AAA (Bra) – Estável.
Diversificação
A política do BRDE em estabelecer novas parcerias com instituições bilaterais e a atuação junto ao mercado de capitais foi igualmente evidenciada pela análise da Fitch. Mesmo seguindo como principal parceiro, o BNDES respondeu por 53% das operações do BRDE no ano passado, quando em anos anteriores essa relação superava os 90%. Ao mencionar a captação de R$ 684 milhões através da emissão das Letras de Crédito de Desenvolvimento (LCDs) e Letras Financeiras (LFs), a agência considerou “esses esforços estruturalmente positivos para a resiliência do funding”.
Diante das medidas de prorrogação das dívidas de empresas atingidas pela enchente do ano passado no Rio Grande do Sul, o parecer indica que os níveis de inadimplência praticamente não se alteraram. A Fitch é uma das agências de rating entre as mais conceituadas do mercado financeiro internacional.
Foto: Simon Dawson / Bloomberg
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