
Financiamento às empresas impactadas com a tarifa de 50% anunciada pelos EUA terá juros subsidiados.
Com foco em reduzir os impactos que as empresas gaúchas já enfrentam com a sobretaxa de 50% aos produtos brasileiros por parte dos Estados Unidos, prevista para valer na virada do mês, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) terá R$ 100 milhões para socorrer exportadores de diferentes setores. Os juros serão equalizados com recursos do Fundo Impulsiona Sul, instituído pelo próprio banco. Com isso, a linha de crédito para capital de giro aos exportadores terá um custo final entre 8% e 9% ao ano.
O Rio Grande do Sul está entre os estados mais afetados pela medida protecionista anunciada pelo presidente Donald Trump e, conforme estudo divulgado pela Fiergs (Federação das Indústrias do RS), existe o risco de uma perda de R$ 1,92 bilhão no seu Produto Interno Bruto (PIB). Ao anunciar o programa, durante encontro com entidades empresariais na manhã desta sexta-feira (dia 25/7), o governador Eduardo Leite salientou que o financiamento busca manter a competitividade das empresas neste momento de indefinição na relação multilateral do Brasil com os Estados Unidos.
“Estamos articulando tudo que podemos em favor das nossas empresas gaúchas, especialmente aquelas que serão mais afetadas pelas tarifas anunciadas pelos Estados Unidos. Estamos num cenário de muitas incertezas, de evolução de todas as negociações e expectativa de revisão do tarifaço, mas tendo em vista que estamos há poucos dias de entrada em vigor dele, o programa via BRDE de R$ 100 milhões para suportar eventual oscilação de demanda reforça o compromisso do nosso governo em estar ao lado da indústria e das empresas que colaboram para o desenvolvimento do Rio Grande”, afirmou o governador.
Com o subsídio do Fundo Impulsiona Sul, os custos do financiamento foram fixados em IPCA mais 4% ao ano, com cinco anos de prazo para pagamento, incluindo uma carência de até 12 meses. “É um esforço muito grande no sentido de garantir fôlego para as empresas exportadoras nesse momento de enormes incertezas. Enquanto as negociações não avançam, precisamos proteger empregos e prevenir prejuízos maiores”, destacou o diretor-presidente do BRDE, Ranolfo Vieira Júnior.
Ele observou, ainda, que o programa de apoio às empresas exportadoras reafirma uma política de governo e da própria missão do banco em promover a competitividade da nossa economia em momentos desafiadores como este. “Sempre é importante lembrar que viemos de um ciclo com dois anos de estiagem e depois com a maior enchente da história, em 2024. Mas com união e acreditando na capacidade de resiliência do empreendedor gaúcho, seremos capazes de superar mais esse desafio”, acrescentou Ranolfo.
Após ser acionado pelo governador, o BRDE mobilizou sua área técnica para estruturar o programa, que estará disponível às empresas interessadas a partir do dia 4 de agosto. Podem acessar ao financiamento empresas de qualquer porte que tenham realizado exportações para o mercado norte-americano ao longo do ano passado ou no primeiro semestre de 2025. “Nunca tivemos um Estado com atuação tão ágil em favor dos negócios e da economia do Rio Grande. Por isso, agradecemos muito a sua iniciativa, governador”, disse o presidente Fiergs, Cláudio Bier.
Como vai funcionar o programa?
Total disponível: R$ 100 milhões
Forma: capital de giro
Prazos: 60 meses, com até 12 meses de carência inclusa
Custo: IPCA + 4% a.a. (total entre 8% e 9% ao ano)
Vigência: até dezembro de 2025
Foto: Maurício Tonetto /Secom
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