A convite da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) participou de um dos painéis da 55ª Reunião da Assembleia Geral da ALIDE (Associação Latino-Americana de Instituições Financeiras para o Desenvolvimento), realizada em Santo Domingo, na República Dominicana.
O encontro reuniu representantes de instituições financeiras de desenvolvimento de toda a América Latina e Caribe, em um momento marcado por transformações globais profundas. Crises recentes – climáticas, geopolíticas e econômicas – vêm pressionando os sistemas sociais e produtivos da região, exigindo respostas mais rápidas e coordenadas.
Nesse cenário, o papel dos bancos de desenvolvimento tem ganhado ainda mais relevância. A pauta da ALIDE este ano refletiu essa urgência, com foco em soluções financeiras inovadoras para tornar as cidades mais resilientes frente às mudanças climáticas e ao aumento da desigualdade social. O BRDE foi uma das instituições convidadas a compartilhar experiências práticas com foco na Região Sul do Brasil.
O painel do qual o BRDE participou discutiu como ampliar o acesso ao financiamento climático em contextos urbanos, buscando integrar inclusão social, segurança ambiental e desenvolvimento econômico. Representando o banco, o diretor administrativo Heraldo Neves destacou as soluções desenvolvidas pelo BRDE para apoiar municípios e empresas na transição para um modelo mais sustentável.
“O BRDE tem diversas iniciativas que utilizam o crédito como instrumento de mitigação da emergência climática, por meio de programas como o Banco Verde, Fundo Verde e Sul Resiliente. Nossas ações buscam oferecer recursos em boas condições de preço e criar alternativas às limitações fiscais e regulatórias que muitas vezes dificultam o acesso ao crédito”, afirmou.
Esses programas permitem financiar desde obras de infraestrutura para conter desastres naturais até projetos de inovação verde no setor produtivo, contribuindo para a redução de emissões e adaptação das cidades às novas condições climáticas.
O evento também contou com a presença de representantes de instituições como BNDES, BDMG, BNB, BID, AFD, FMDV e CAF, além de órgãos multilaterais que trouxeram perspectivas internacionais sobre os caminhos possíveis para viabilizar investimentos sustentáveis em países em desenvolvimento.O BRDE destacou que o enfrentamento das crises atuais exige mais do que financiamento. Requer capacidade de planejamento, fortalecimento institucional e parcerias duradouras.
A colaboração internacional também foi apontada como essencial. Na chamada fase de “reglobalização”, a América Latina precisa assumir um papel mais ativo nas grandes decisões globais, para isso, precisa de instituições financeiras fortes, articuladas e comprometidas com a agenda climática e social.